MP3

As empresas estão jogando no mercado aparelhos ensurdecedores, demonstrando claramente que a preocupação apresentada com o controle médico de seus funcionários é meramente por obrigação legal. Afinal, se não se preocupam com seu público mais importante, o consumidor, quem acredita que se preocupariam com seus funcionáiros?
A maioria dos mp3 emite ruído mínimo de 100 dB, condição em que o trabalho sem proteção pode perdurar por apenas 1 hora! Alguns chegam a emitir ruído de 120 dB, enquanto a NR 15 determina que ambientes de trabalho com ruídos superiores a 115 dB devem ser interditados até que se reduza o ruído aquém desse teto.
O volume máximo dos aparelhos produzidos deveria ser de 85 dB para não provocar surdez e os consumidores alertados para se submeterem ao exame audiométrico ao menos uma vez por ano.
Sem tais cuidados, o índice de alteração auditiva verificada nos consultórios médicos está aumentando cada vez mais, sem contar aqueles que não procuram ajuda especializada por não perceberem ou não darem a devida importância aos problemas de surdez.
Da mesma maneira como ocorreu com os produtores de cigarro, essas empresas podem ser responsabilizadas pela surdez provocada nos consumidores, pela falta de orientação e pela produção de material potencialmente danoso à saúde tendo eles conhecimento de tal, já que são obrigados a controlar a audição dos empregados.
O mp3 lembra também a necessidade de conscientizar os empregados com o cuidado auditivo fora do trabalho, pois não adianta se proteger dos ruídos durante o trabalho e na rua se submeter ao excesso, até maior do que o ruído exposto na empresa. A surdez virá de qualquer modo e o empregador, mesmo fornecendo proteção adequada poderá ser apontado pelo que não tem culpa, já que a primeira idéia será a de que o problema foi adquirido no trabalho, ninguém vai lembrar do inocente mp3, ainda mais se não tiver conhecimento do uso frequente do aparelho.