quinta-feira, 7 de maio de 2009

Andaime com operários balançou como um pêndulo durante vendaval em SP

Mesmo acostumado a ficar pendurado a muitos metros do chão, o pernambucano Luciano Correia dos Santos, de 36 anos, achou que dessa vez sua hora tinha chegado. Nesta segunda-feira, 4, ele e o companheiro de trabalho ficaram presos em um andaime que balançou como um pêndulo durante o vendaval que atingiu a cidade de São Paulo. Os ventos chegaram a 80 km/h. Os dois limpavam a vidraça de um prédio na Zona Sul. “Foi cruel”, disse ele ao G1, à noite, pouco depois de sair do hospital. "Eu vi a morte. Achei que ia cair", disse Santos, que teve escoriações nas pernas, mão. Ele também teve os olhos machucados por estilhaços de vidro, mas não deve ficar com sequelas. “Achei que eu ia morrer. Na hora, pensei que aquele andaime ia despencar”. Atordoado naquele momento, ele calcula que a agonia tenha durado uns 20 minutos – entre 14h40 e 15h. As rajadas de vento na cidade provocaram estragos e atingiram 80 km/h no Aeroporto de Congonhas, Zona Sul. "A gôndola parecia mais uma pipa, subindo e descendo com nós [sic]", disse Santos à TV Globo. Afirmando ser “operador de fachada”, Santos e o amigo Wando Jacinto Barros, de 19 anos, foram salvos por funcionários de um escritório na altura do 11º andar de um edifício da Rua James Joule, no Brooklin. Eles quebraram a janela e jogaram um casaco para que os faxineiros agarrassem. Foi a salvação deles. “O pessoal do escritório ficou apavorado, querendo ajudar. Só quando o vento aliviou eles conseguiram”, contou Santos à reportagem do G1. Como as rajadas de ventos foram de supetão, os dois foram surpreendidos no alto do edifício. “O vento pegou a gente de surpresa. Não deu para subir e nem descer”. Com a ventania, o andaime balançava violentamente de um lado para o outro, chegando a se chocar uma vez contra a parede. Trabalhando com limpeza e pinturas de fachada há quase três anos, Santos disse que esta foi a primeira vez que se viu numa situação de desespero durante o serviço. Mesmo assim, o homem que já foi ajudante de pedreiro e jardineiro, não vai largar o emprego. “Essa é a minha profissão. É meu ganha-pão. Tem que ralar com isso mesmo”, afirmou ele, que mora com a família em São Paulo há uma década. Santos recebeu os primeiros-socorros ainda no prédio do Brooklin. “Lavaram meu olho porque acho que tinha estilhaços [de vidro]”. Em seguida, ele foi encaminhado ao Hospital Regional Sul, em Santo Amaro. Já Barros, foi levado a outro hospital do bairro e teve alta também na noite desta segunda.

Fonte: G1 - Globo.com

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