domingo, 16 de dezembro de 2012

COMPRANDO O DIREITO DE POLUIR


                   Você certamente já ouviu sobre Efeito Estufa e Aquecimento Global. Mas sabe o que significa?
Efeito estufa, a princípio, é o meio que o planeta usa para se manter aquecido, evitando que haja dispersão de calor para o espaço e que a Terra congele.
O que pode se tornar catastrófico é a ocorrência de um agravamento do efeito estufa que desestabilize o equilíbrio energético no planeta e origine o Aquecimento Global, ou seja, o excessivo  aquecimento do planeta como um todo, causando, entre outros, maior número de dias quentes e ondas de calor, aumento da temperatura, diminuição do gelo nos Pólos, aumento do nível do mar, maior quantidade e intensidade de tufões e furacões.
O efeito estufa é provocado pela emissão de gases chamados Gases de Efeito Estufa, ou GEE, sendo os principais: Dióxido de Carbono, Metano e Óxido Nitroso.
A crescente preocupação dos cientistas quanto aos males provocados pelo aquecimento global levou os países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU) a assinarem um acordo, em 1997, em Kioto/ Japão - o Protocolo de Kioto - prevendo que os países desenvolvidos integrantes do acordo deveriam reduzir suas emissões de GEE em 5,2% em média entre 2008 e 2012.
Mas, como nada é perfeito, além do maior emissor de GEE do planeta, e com maior meta de diminuição (35,04%) - os Estados Unidos - ter se desligado do Protocolo de Kioto, o acordo prevê alternativa para que os países atinjam suas metas sem comprometer suas economias, ou seja, se mantenha “ambientalmente correto”, mesmo sem reduzir a emissão de  GEE.
Através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, ou simplesmente Crédito de Carbono, os países que não atingirem suas metas podem comprar Créditos de Carbono de países que não possuem tal obrigação, como o Brasil e outros países em desenvolvimento.
Traduzindo do “cientifiques”, o país sem meta a cumprir quanto a GEE, ao reduzir a emissão por meio de projetos aprovados por uma Autoridade Nacional Designada (AND) – no caso do Brasil, a Comissão Interministerial de Mudança do Clima – e registrados pela ONU, obtém certificados de Créditos de Carbono, de acordo com a redução conquistada, e vende-os aos países que não atingiram suas metas de redução. Como exemplos de iniciativas  brasileiras geradoras de crédito de carbono temos  uso de biodisel como combustível em substituição ao diesel, o uso do gás emitido pelo Aterro Bandeirantes em São Paulo como fonte de energia e o plantio de eucalipto pelo Projeto Plantar, em Minas Gerais para produção de carvão vegetal em substituição ao coque (carvão mineral).
As grandes potências mundiais arrumaram um meio de ficar “bem na foto” com a população que exige mudanças urgentes em prol da sobrevivência do planeta, sem minorar suas emissões de GEE ao patamar acordado por elas mesmas, aproveitando das medidas tomadas por aqueles que, em verdade, não emitem tais gases em quantia comprometedora à sobrevivência da humanidade.
É o comércio do direito de poluir e destruir o planeta!

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