Pesquisa realizada em 2014 pelo site EHS Today National revelou as queixas mais comuns ouvidas por Supervisores de Segurança do Trabalho a nível mundial.
Para a pergunta "Qual reclamação voce mais escuta dos trabalhadores quanto ao programa de segurança e o uso de EPI's?" vejam algumas das frases mais citadas:
" - Eu já faço isso há tempo o suficiente para saber quando não estou segur!
- Por que nós temos que fazer esse treinamento todo ano?
- Esse negócio de segurança dificulta meu trabalho.
- Trabalho há muitos anos com isso e nunca sofri um acidente, por que mudar o jeito que trabalho agora?
- Faz tudo demorar muito mais tempo.
- Pra que esses capacetes?
- Voce torna nossa vida mais dificil do que ela precisa ser."
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
AS RECLAMAÇÕES MAIS COMUNS SOBRE USO DE EPI e PROGRAMA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Marcadores:
EPI,
Profissão: Segurança,
Segurança e Saúde no Dia-a-Dia,
Segurança no Mundo,
Trabalho Seguro
domingo, 16 de dezembro de 2012
ERGONOMIA
A origem do termo Ergonomia remonta
ao ano 1857. O polonês W. Jastrzebowski deu como título para uma de suas obras
"Esboço da Ergonomia ou Ciência do Trabalho, baseado sobre as verdadeiras
avaliações das ciências da natureza", adotando o conceito da ergonomia
como a ciência de utilização das forças e das capacidades humanas (Moraes e
Soares, 1989).
No entanto, a Ergonomia, enquanto
disciplina surge à partir da II Guerra Mundial, quando falham as formas
tradicionais de adequação entre o homem e a máquina. Atribui-se a denominação
da nova disciplina Ergonomics (ergo: trabalho; nomics: normas, regras), à
Murrel, engenheiro inglês. A oficialização do termo data de 1949, quando da
criação da primeira sociedade de ergonomia, a Ergonomic Research Society, na
Inglaterra. Enquanto que, nos Estados Unidos utilizaram-se as denominações
Human Factors ou Human Engineeing.
Desta forma, inicia-se o estágio
da ergonomia física, denominado tecnologia da interface homem-máquina que
incluiam os comandos e controles, displays, arranjos do espaço de trabalho e o
ambiente físico do trabalho. A grande maioria das pesquisas enfocava as
características físicas e perceptuais do homem e a aplicação destes
conhecimentos no projeto de máquinas e equipamentos (Hendrick e Brown apud
Souza, 1994).
As contribuições da ergonomia à
melhoria da condições de trabalho têm ocorrido no nível físico, através do
reprojeto de ferramentas, de modificações do layout do local de trabalho, das
melhorias do ambiente físico (iluminação, vibração e ruído) e dos aspectos
antropométricos e biomecânicos da atividade. Este tem sido, sem dúvida, o maior
impacto causado pela ergonomia, principalmente nos países de terceiro mundo
(Kogi, 1987).
Já o segundo estágio da ergonomia,
surge à partir dos anos 60, com as mudanças de ênfase dos aspectos físicos e
perceptuais do trabalho para a sua natureza cognitiva. A forte presença dos
sistemas computacionais no meio de trabalho tornam importante conhecer como as
pessoas usam e processam as informações e aceleram as pesquisas relacionadas à
aspectos cognitivos.
A melhoria da segurança e saúde no
trabalho nas organizações é frequentemente difícil de ser alcançada porque a
maioria das organizações têm ainda uma visão muito limitada da interrelação dos
problemas organizacionais. Os resultados organizacionais (segurança,
produtividade, lucros) não são vistos como parte de um processo contínuo e sim,
como efeito da interação de fatores múltiplos. Acidentes e lesões, por exemplo,
são ainda sempre relacionados à causas simples, como o erro humano (Nagamachi
& Imada, 1992). O estudo dissociado dos aspectos físicos e cognitivos não é
suficiente, eles devem ser estudados dentro de um contexto mais amplo.
Com isto, surge a Macroergonomia,
onde se reconhece que os problemas de trabalho ocorrem como resultado da
interação entre pessoas e sistemas técnicos, tanto no nível físico como no
nível cognitivo. Essa interação ocorre dentro de um contexto: a organização.
Este contexto pode ampliar, limitar ou anular as intervenções dos fatores
humanos com mudanças nas condições de trabalho (Nagamachi & Imada, 1992).
Atualmente, observa-se inúmeras
pesquisas analisando fatores físicos, como aspectos antropométricos, posturas,
arranjos de espaços de trabalho, ambiente de trabalho, consumo energético
durante o desenvolvimento de atividades. Mas as contribuições da ergonomia já
se estendem ao campo cognitivo: aprendizado, processamento de informação,
motivação e percepção. E em alguns casos estuda-se esses dois fatores dentro de
um contexto organizacional, considerando o trabalho como um sistema, a
macroergonomia.
LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS / DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO TRABALHO (LER/DORT): A MAIS NOVA EPIDEMIA NA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA
Etiologia
Quando um
indivíduo apresenta uma lesão ocasionada por sobrecarga biomecânica
ocupacional, os fatores etiológicos estão associados à organização do trabalho
envolvendo principalmente equipamentos, ferramentas, acessórios e mobiliários
inadequados; descaso com o posicionamento, técnicas incorretas para realização
de tarefas, posturas indevidas, excesso de força empregada para execução de
tarefas, sobrecarga biomecânica dinâmica; uso de instrumentos com excessos de
vibração, temperatura, ventilação e umidade inapropriadas no ambiente de
trabalho (MOREIRA E CARVALHO,2001).
Sabe-se
então que um ambiente de trabalho organizado, com pessoas bem treinadas e
condicionadas com respeito aos fatores ergonômicos e aos limites biomecânicos
certamente diminuem o risco de desencadeamento das chamadas LER/DORT (MOREIRA e
CARVALHO, 2001)
Distúrbios mais freqüentes
Alguns
dos principais distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho citados por
Couto (1998) são: tendinite e tenossinovite dos músculos dos antebraços,
miosite dos músculos lumbricais e fasciíte da mão, tendinite do músculo bíceps,
tendinite do músculo supra-espinhoso, inflamação do músculo pronador redondo
com compressão do nervo mediano, cisto gangliônico no punho, tendinite De
Quervain, compressão do nervo ulnar, síndrome do túnel do carpo, compressão do
nervo radial, síndrome do desfiladeriro torácico, epicondilite medial e
lateral, bursite de cotovelo e ombro, síndrome da tensão cervical e lombalgia.
Fatores de Risco
Para
identificar e abordar as causas de LER/DORT é necessário considerar vários
aspectos do ambiente de trabalho. Os fatores psicossociais, incluindo o
estresse na situação de trabalho e o clima organizacional da empresa podem
influenciar a eficácia das medidas preventivas. Os principais fatores de risco
são: organização do trabalho, riscos psicossociais, riscos ambientais, fatores
biomecânicos e fatores extra-trabalho (ZILLI, 2002).
Avaliação Clínica
O
paciente portador de LER/DORT deve ter os locais onde há dor examinados como
também ser submetidos ao exame físico global do sistema múculoesquelético, pois
afecções músculoesqueléticas cervicais e lombares podem ser causas ou fatores
agravantes da dor. Os sintomas e os padrões clínicos que expressam a LER/DORT
são variados, freqüentemente vagos e muitas vezes inespecíficos, pois várias
estruturas músculoesqueléticas e nervosas podem estar comprometidas isolada ou
associadamente (CODO e ALMEIDA, 1998).
Tratamento e prevenção
O
insucesso dos programas de terapêutica da LER/DORT deve-se a falha no
diagnóstico das reais etiologias da dor, da incapacidade e dos fatores que
contribuem ou agravam o quadro doloroso, sendo assim, a identificação das
estruturas lesadas é importante para o melhor resultado no tratamento (CODO e
ALMEIDA, 1998).
O
tratamento depende sempre de um diagnóstico correto, da eliminação completa dos
agentes causais e de uma adequada estratégia terapêutica medicamentosa,
fisioterápica e, em alguns casos, cirúrgica (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
O
tratamento fisioterápico consiste em: termoterapia (calor profundo como ondas
curtas ou ultra-som), eletroterapia, massagens, cinesioterapia, hidroterapia,
órteses, RPG e outras técnicas. O fisioterapeuta deve levar em consideração
tanto o estágio evolutivo da doença, como as respostas do paciente a
tratamentos anteriores (PEROSSI, 2001).
Apesar da
abordagem terapêutica ampla, muitos pacientes permanecem sintomáticos,
particularmente aqueles com diagnóstico de depressão, que estão insatisfeitos
com seu trabalho, que acreditam ter adquirido “lesões” através das atividades
desse trabalho e que estão envolvidos em alguma causa trabalhista.
O
fisioterapeuta deve, no tratamento, ensiná-lo a relaxar, ir direcionando-o a
tomar consciência de seu corpo. Orientá-lo a “escutar” os sintomas que lhe
dizem o limite de seu corpo e a postura errada. Partindo dessa tese o paciente
consegue melhorar seu desempenho pessoal, minimizar tensões musculares, tirar a
atenção da dor e principalmente perceber suas limitações (PEROSSI, 2001).
A
implementação de medidas preventivas é a melhor atitude a ser empregada, existe
uma necessidade de melhorar a educação dos trabalhadores com condutas de
orientação recomendações e de comunicações das experiências dos profissionais
de saúde. É essencial que os trabalhadores tenham um bom ambiente de trabalho,
com aperfeiçoamento técnico para realização de suas tarefas com respeito aos
fatores ergonômicos e antropométricos, aos limites biomecânicos, à duração das
jornadas e dos intervalos de trabalho, e com atitudes de reconhecimento de seus
cargos superiores (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Anderson V. Cattelan , Carini Severo e Giovana Pezzini
Assinar:
Postagens (Atom)