Etiologia
Quando um
indivíduo apresenta uma lesão ocasionada por sobrecarga biomecânica
ocupacional, os fatores etiológicos estão associados à organização do trabalho
envolvendo principalmente equipamentos, ferramentas, acessórios e mobiliários
inadequados; descaso com o posicionamento, técnicas incorretas para realização
de tarefas, posturas indevidas, excesso de força empregada para execução de
tarefas, sobrecarga biomecânica dinâmica; uso de instrumentos com excessos de
vibração, temperatura, ventilação e umidade inapropriadas no ambiente de
trabalho (MOREIRA E CARVALHO,2001).
Sabe-se
então que um ambiente de trabalho organizado, com pessoas bem treinadas e
condicionadas com respeito aos fatores ergonômicos e aos limites biomecânicos
certamente diminuem o risco de desencadeamento das chamadas LER/DORT (MOREIRA e
CARVALHO, 2001)
Distúrbios mais freqüentes
Alguns
dos principais distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho citados por
Couto (1998) são: tendinite e tenossinovite dos músculos dos antebraços,
miosite dos músculos lumbricais e fasciíte da mão, tendinite do músculo bíceps,
tendinite do músculo supra-espinhoso, inflamação do músculo pronador redondo
com compressão do nervo mediano, cisto gangliônico no punho, tendinite De
Quervain, compressão do nervo ulnar, síndrome do túnel do carpo, compressão do
nervo radial, síndrome do desfiladeriro torácico, epicondilite medial e
lateral, bursite de cotovelo e ombro, síndrome da tensão cervical e lombalgia.
Fatores de Risco
Para
identificar e abordar as causas de LER/DORT é necessário considerar vários
aspectos do ambiente de trabalho. Os fatores psicossociais, incluindo o
estresse na situação de trabalho e o clima organizacional da empresa podem
influenciar a eficácia das medidas preventivas. Os principais fatores de risco
são: organização do trabalho, riscos psicossociais, riscos ambientais, fatores
biomecânicos e fatores extra-trabalho (ZILLI, 2002).
Avaliação Clínica
O
paciente portador de LER/DORT deve ter os locais onde há dor examinados como
também ser submetidos ao exame físico global do sistema múculoesquelético, pois
afecções músculoesqueléticas cervicais e lombares podem ser causas ou fatores
agravantes da dor. Os sintomas e os padrões clínicos que expressam a LER/DORT
são variados, freqüentemente vagos e muitas vezes inespecíficos, pois várias
estruturas músculoesqueléticas e nervosas podem estar comprometidas isolada ou
associadamente (CODO e ALMEIDA, 1998).
Tratamento e prevenção
O
insucesso dos programas de terapêutica da LER/DORT deve-se a falha no
diagnóstico das reais etiologias da dor, da incapacidade e dos fatores que
contribuem ou agravam o quadro doloroso, sendo assim, a identificação das
estruturas lesadas é importante para o melhor resultado no tratamento (CODO e
ALMEIDA, 1998).
O
tratamento depende sempre de um diagnóstico correto, da eliminação completa dos
agentes causais e de uma adequada estratégia terapêutica medicamentosa,
fisioterápica e, em alguns casos, cirúrgica (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
O
tratamento fisioterápico consiste em: termoterapia (calor profundo como ondas
curtas ou ultra-som), eletroterapia, massagens, cinesioterapia, hidroterapia,
órteses, RPG e outras técnicas. O fisioterapeuta deve levar em consideração
tanto o estágio evolutivo da doença, como as respostas do paciente a
tratamentos anteriores (PEROSSI, 2001).
Apesar da
abordagem terapêutica ampla, muitos pacientes permanecem sintomáticos,
particularmente aqueles com diagnóstico de depressão, que estão insatisfeitos
com seu trabalho, que acreditam ter adquirido “lesões” através das atividades
desse trabalho e que estão envolvidos em alguma causa trabalhista.
O
fisioterapeuta deve, no tratamento, ensiná-lo a relaxar, ir direcionando-o a
tomar consciência de seu corpo. Orientá-lo a “escutar” os sintomas que lhe
dizem o limite de seu corpo e a postura errada. Partindo dessa tese o paciente
consegue melhorar seu desempenho pessoal, minimizar tensões musculares, tirar a
atenção da dor e principalmente perceber suas limitações (PEROSSI, 2001).
A
implementação de medidas preventivas é a melhor atitude a ser empregada, existe
uma necessidade de melhorar a educação dos trabalhadores com condutas de
orientação recomendações e de comunicações das experiências dos profissionais
de saúde. É essencial que os trabalhadores tenham um bom ambiente de trabalho,
com aperfeiçoamento técnico para realização de suas tarefas com respeito aos
fatores ergonômicos e antropométricos, aos limites biomecânicos, à duração das
jornadas e dos intervalos de trabalho, e com atitudes de reconhecimento de seus
cargos superiores (MOREIRA e CARVALHO, 2001).
Anderson V. Cattelan , Carini Severo e Giovana Pezzini
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