domingo, 16 de dezembro de 2012

ERGONOMIA


            A origem do termo Ergonomia remonta ao ano 1857. O polonês W. Jastrzebowski deu como título para uma de suas obras "Esboço da Ergonomia ou Ciência do Trabalho, baseado sobre as verdadeiras avaliações das ciências da natureza", adotando o conceito da ergonomia como a ciência de utilização das forças e das capacidades humanas (Moraes e Soares, 1989).
            No entanto, a Ergonomia, enquanto disciplina surge à partir da II Guerra Mundial, quando falham as formas tradicionais de adequação entre o homem e a máquina. Atribui-se a denominação da nova disciplina Ergonomics (ergo: trabalho; nomics: normas, regras), à Murrel, engenheiro inglês. A oficialização do termo data de 1949, quando da criação da primeira sociedade de ergonomia, a Ergonomic Research Society, na Inglaterra. Enquanto que, nos Estados Unidos utilizaram-se as denominações Human Factors ou Human Engineeing.
            Desta forma, inicia-se o estágio da ergonomia física, denominado tecnologia da interface homem-máquina que incluiam os comandos e controles, displays, arranjos do espaço de trabalho e o ambiente físico do trabalho. A grande maioria das pesquisas enfocava as características físicas e perceptuais do homem e a aplicação destes conhecimentos no projeto de máquinas e equipamentos (Hendrick e Brown apud Souza, 1994).
            As contribuições da ergonomia à melhoria da condições de trabalho têm ocorrido no nível físico, através do reprojeto de ferramentas, de modificações do layout do local de trabalho, das melhorias do ambiente físico (iluminação, vibração e ruído) e dos aspectos antropométricos e biomecânicos da atividade. Este tem sido, sem dúvida, o maior impacto causado pela ergonomia, principalmente nos países de terceiro mundo (Kogi, 1987).
            Já o segundo estágio da ergonomia, surge à partir dos anos 60, com as mudanças de ênfase dos aspectos físicos e perceptuais do trabalho para a sua natureza cognitiva. A forte presença dos sistemas computacionais no meio de trabalho tornam importante conhecer como as pessoas usam e processam as informações e aceleram as pesquisas relacionadas à aspectos cognitivos.
            A melhoria da segurança e saúde no trabalho nas organizações é frequentemente difícil de ser alcançada porque a maioria das organizações têm ainda uma visão muito limitada da interrelação dos problemas organizacionais. Os resultados organizacionais (segurança, produtividade, lucros) não são vistos como parte de um processo contínuo e sim, como efeito da interação de fatores múltiplos. Acidentes e lesões, por exemplo, são ainda sempre relacionados à causas simples, como o erro humano (Nagamachi & Imada, 1992). O estudo dissociado dos aspectos físicos e cognitivos não é suficiente, eles devem ser estudados dentro de um contexto mais amplo.
            Com isto, surge a Macroergonomia, onde se reconhece que os problemas de trabalho ocorrem como resultado da interação entre pessoas e sistemas técnicos, tanto no nível físico como no nível cognitivo. Essa interação ocorre dentro de um contexto: a organização. Este contexto pode ampliar, limitar ou anular as intervenções dos fatores humanos com mudanças nas condições de trabalho (Nagamachi & Imada, 1992).
            Atualmente, observa-se inúmeras pesquisas analisando fatores físicos, como aspectos antropométricos, posturas, arranjos de espaços de trabalho, ambiente de trabalho, consumo energético durante o desenvolvimento de atividades. Mas as contribuições da ergonomia já se estendem ao campo cognitivo: aprendizado, processamento de informação, motivação e percepção. E em alguns casos estuda-se esses dois fatores dentro de um contexto organizacional, considerando o trabalho como um sistema, a macroergonomia. 


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