A origem do termo Ergonomia remonta
ao ano 1857. O polonês W. Jastrzebowski deu como título para uma de suas obras
"Esboço da Ergonomia ou Ciência do Trabalho, baseado sobre as verdadeiras
avaliações das ciências da natureza", adotando o conceito da ergonomia
como a ciência de utilização das forças e das capacidades humanas (Moraes e
Soares, 1989).
No entanto, a Ergonomia, enquanto
disciplina surge à partir da II Guerra Mundial, quando falham as formas
tradicionais de adequação entre o homem e a máquina. Atribui-se a denominação
da nova disciplina Ergonomics (ergo: trabalho; nomics: normas, regras), à
Murrel, engenheiro inglês. A oficialização do termo data de 1949, quando da
criação da primeira sociedade de ergonomia, a Ergonomic Research Society, na
Inglaterra. Enquanto que, nos Estados Unidos utilizaram-se as denominações
Human Factors ou Human Engineeing.
Desta forma, inicia-se o estágio
da ergonomia física, denominado tecnologia da interface homem-máquina que
incluiam os comandos e controles, displays, arranjos do espaço de trabalho e o
ambiente físico do trabalho. A grande maioria das pesquisas enfocava as
características físicas e perceptuais do homem e a aplicação destes
conhecimentos no projeto de máquinas e equipamentos (Hendrick e Brown apud
Souza, 1994).
As contribuições da ergonomia à
melhoria da condições de trabalho têm ocorrido no nível físico, através do
reprojeto de ferramentas, de modificações do layout do local de trabalho, das
melhorias do ambiente físico (iluminação, vibração e ruído) e dos aspectos
antropométricos e biomecânicos da atividade. Este tem sido, sem dúvida, o maior
impacto causado pela ergonomia, principalmente nos países de terceiro mundo
(Kogi, 1987).
Já o segundo estágio da ergonomia,
surge à partir dos anos 60, com as mudanças de ênfase dos aspectos físicos e
perceptuais do trabalho para a sua natureza cognitiva. A forte presença dos
sistemas computacionais no meio de trabalho tornam importante conhecer como as
pessoas usam e processam as informações e aceleram as pesquisas relacionadas à
aspectos cognitivos.
A melhoria da segurança e saúde no
trabalho nas organizações é frequentemente difícil de ser alcançada porque a
maioria das organizações têm ainda uma visão muito limitada da interrelação dos
problemas organizacionais. Os resultados organizacionais (segurança,
produtividade, lucros) não são vistos como parte de um processo contínuo e sim,
como efeito da interação de fatores múltiplos. Acidentes e lesões, por exemplo,
são ainda sempre relacionados à causas simples, como o erro humano (Nagamachi
& Imada, 1992). O estudo dissociado dos aspectos físicos e cognitivos não é
suficiente, eles devem ser estudados dentro de um contexto mais amplo.
Com isto, surge a Macroergonomia,
onde se reconhece que os problemas de trabalho ocorrem como resultado da
interação entre pessoas e sistemas técnicos, tanto no nível físico como no
nível cognitivo. Essa interação ocorre dentro de um contexto: a organização.
Este contexto pode ampliar, limitar ou anular as intervenções dos fatores
humanos com mudanças nas condições de trabalho (Nagamachi & Imada, 1992).
Atualmente, observa-se inúmeras
pesquisas analisando fatores físicos, como aspectos antropométricos, posturas,
arranjos de espaços de trabalho, ambiente de trabalho, consumo energético
durante o desenvolvimento de atividades. Mas as contribuições da ergonomia já
se estendem ao campo cognitivo: aprendizado, processamento de informação,
motivação e percepção. E em alguns casos estuda-se esses dois fatores dentro de
um contexto organizacional, considerando o trabalho como um sistema, a
macroergonomia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário