sexta-feira, 5 de setembro de 2008

PERCEPÇÃO DE RISCO

A identificação do perigo e risco a que está exposto o trabalhador é a primeira atitude a ser tomada dentro do processo de gerenciamento de risco. Em seguida, há que se quantificar, ou seja, medir a intensidade da exposição.
A percepção de risco é justamente a capacidade da pessoa de reconhecer as situações ou condições que a expõem em risco no ambiente de trabalho, bem como identificar a freqüência na qual está exposta ao perigo determinado pelo risco e quantificar a intensidade dessa exposição.

A IMPORTÂNCIA DE CONHECER OS RISCOS
Os locais de trabalho, pela própria natureza da atividade desenvolvida e pelas características de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a agentes físicos, químicos, biológicos, situações de deficiência ergonômica ou riscos de acidentes, podem comprometer a saúde do trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa.
Desta forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a necessidade de investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão expostos os trabalhadores.
Muitas vezes, o trabalhador se expõe ao risco por desconhecer os perigos aos quais está exposto. Sem esta informação (que em Análise do Comportamento recebe o nome de “estímulo discriminativo”), dificilmente ele reconhecerá os riscos da tarefa e, assim, a probabilidade de se expor ao perigo fica aumentada e, por conseqüência, seu comportamento inseguro. Quando o trabalhador não percebe o risco é justamente quando mais se expõe aos perigos (desvios/incidentes), aumentando o risco de sua atividade e, como conseqüência, ocorrem acidentes.



Quem conhece os riscos e sabe como agir pode diminuir muito sua vulnerabilidade e ainda ajudar o outro a se proteger.

AVALIAÇÃO DE RISCOS
É o processo de estimar a magnitude dos riscos existentes no ambiente e decidir se um risco é ou não tolerável.



FORMAS DE AVALIAR OS RISCOS
Para investigar os locais de trabalho na busca de eliminar ou neutralizar os riscos ambientais, existem duas modalidades básicas de avaliação.
A avaliação qualitativa, conhecida como preliminar, e a avaliação quantitativa, para medir, comparar e estabelecer medidas de eliminação, neutralização ou controle dos riscos.
A mais simples forma de avaliação ambiental é a qualitativa.
Na avaliação qualitativa, utiliza-se apenas a sensibilidade do avaliador para identificar o risco existente no local de trabalho.
Exemplo: Ocorrendo o vazamento em um botijão de gás de cozinha, o sentido do olfato imediatamente nos auxilia na identificação do risco.
Na avaliação quantitativa, apura-se a intensidade da exposição ao risco e são necessários o uso de um método científico e de instrumentos e equipamentos destinados à quantificação do risco.
Exemplo: Para avaliar o calor produzido num forno utilizam-se termômetros específicos; para avaliar o nível de ruído de uma máquina, utilizam-se medidores de pressão sonora.
Para a avaliação qualitativa usamos os sensores biológicos e, em complementação, os eletrônicos. Na quantitativa apenas os eletrônicos.

SENSORES ELETRÔNICOS
Os sensores eletrônicos são aqueles usados para os inimigos invisíveis, não detectados por nossos sensores natos, ou para completar a eficácia dos sensores biológicos, de modo que seu uso em ambientes com risco previsível é indispensável até mesmo para avaliar a eficácia das medidas de proteção coletiva adotadas pela empresa.
Como exemplo de sensores eletrônicos, temos Sensores Térmicos e de fumaça (identicadores de incêncio), Detectores de gases, Decibelímetros (som), Medidor de Vibração e Luminosidade, etc.











SENSORES BIOLÓGICOS
Até pouco tempo percepção humana era considerada irrelevante para a avaliação dos riscos, exceto para aqueles referentes à comunicação, mas na atualidade a percepção eletrônica e a biológica são consideradas como partes objetiva e subjetiva da percepção do risco, sendo ambas tratadas como pivô para o gerenciamento de risco.

Os sensores biológicos são:


Visão


Audição


Tato


Paladar


Olfato

Inerentes aos seres humanos, todos temos e usamos como instinto de proteção.

Apesar do sensor eletrônico ser infinitamente mais preciso e seguro que o biológico, dependendo do trabalho desempenhado, este é essencial para a proteção do funcionário e não há como substituí-lo.
Como exemplo, podemos citar os trabalhadores de rodovia, que necessitam de boa visão e audição para identificar aproximação de veículos, a audição especialmente em trabalhos noturnos e/ou para veículos que se aproximam por trás porque tem motorista que não respeita as indicações de diminuição de velocidade e não consegue parar em tempo ou tem a capacidade de não ver a sinalização, ainda que luminosa, e atropela sinalização, cone, fita zebrada, funcionário e tudo o mais que estiver na frente, sem contar a possibilidade de falha mecânica no veículo.
Com o tempo, e treinamento adequado, os sensores biológicos acabam ficando apurados ao extremo, a ponto de um trabalhador com 8 anos de rodovia ser capaz de prever um acidente só pelo modo como um carro está trafegando.


Fonte: http://afasa.net/


Fonte: http://afasa.net/

Perceber os riscos pelos sensores biológicos, nem sempre é fácil, mas é uma habilidade que todos podem e precisam desenvolver, pois percepção de risco é conhecimento, assim como é responsabilidade, e pode ser treinada, o que cabe a nós TST fazermos.

E como percepção é treino, aqui segue uma figura para treinar a percepção e identificar os riscos encontrados no ambiente.



INFLUÊNCIA NA PERCEPÇÃO DE RISCO
Diferentes fatores influenciam na percepção de risco: objetivos, como por exemplo, tempo de experiência (especialistas e leigos percebem o risco de modo diferente) e subjetivos, como a aceitabilidade do risco, pois a pessoa pode percebê-lo mas não acreditar e, assim, a exposição ao perigo ocorrerá do mesmo modo, ou pior, do que quando não sentido o risco.



Por isso o trabalho de conscientização do risco, feito pela gerência de segurança é muito importante e tão indispensável como o de identificá-lo.

TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE RISCO
Como já informado, o objetivo da percepção de risco é identificar e analisar os riscos existentes no ambiente de trabalho.
Para tal são usadas técnicas específicas, tais como: Mapa de Risco do local de trabalho, APR, Hazop, Série de Risco, Observação planejada do trabalho – OPT, Análise de segurança do trabalho – AST, Análise da árvore de falhas/causas – AAF/AAC, Análise do modo de falhas e efeitos, Check-list e Diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe, etc.

FONTE
http://www.clickmacae.com.br/home.asp?sec=1&cod=712&pag=coluna
http://www.delbamaritima.com.br/delbanews%5Cdelba-news-08.pdf
http://br.youtube.com/watch?v=qeJTBtol1O8
http://afasa.net/
BRASIL, Luiz Augusto Damasceno Brasil (org.). Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho. SESI-SEBRAE Saúde e Segurança no Trabalho - Micro e Pequenas Empresas. - Brasília, 2005.
FERREIRA, Hudson Rúbio. Sistemas de informação e processo comunicativo na percepção do risco das radiações ionizantes. 2003. 319f. Tese de Doutorado em Ciência da Informação - Escola de Ciência da Informação da UFMG, Belo Horizonte.
FISCHER, Daniela e outros. Percepção de Risco e perigo: um estudo qualitativo no setor de energia elétrica. Tese defendida na ENEGEP 2002 - XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Curitiba/PR, outubro de 2002.

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