sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Lâmpada Fluorescente


Há dois tipos de lâmpadas fluorescentes: a branca, usada onde precisamos de maior luminosidade, como salas de aula e empresas com trabalho noturno, e a amarela, usada para um conforto maior à visão ou realçar a cor de produtos, como, vitrines de loja e fachadas.

A lâmpada fluorescente é um ganho em energia, luminosidade e, com isto, economia, tendo seu uso aumentado em extremo após o lançamento da lâmpada eletrônica compacta, também conhecida por lâmpada econômica, que possui o reator imbutido.

Para se ter noção da economia representada pela fluorescente, para gerar a mesma luminosidade, é preciso uma lâmpada comum de 100 watts e a mesma fluorescente de apenas 25 watts.

Apesar destes ganhos significativos, a lâmpada causa prejuízos ao meio ambiente, ao lançar no ar, solo e água substâncias químicas capazes até de matar, dependendo do grau de intoxicação.

O elemento principal de uma lâmpada fluorescente é o tubo selado de vidro. Este tubo contém uma pequena porção de mercúrio e um gás inerte, tipicamente o argônio, mantidos sob pressão muito baixa. O tubo também contém um revestimento de pó de fósforo na parte interna do vidro e cobre.


Infelizmente o mundo capitalista incentiva a venda dessas lâmpadas, mas não se preocupa em fazer um trabalho de conscientização da responsabilidade de seu descarte. Embora uma lâmpada libere apenas uma pequena quantidade de gases e vidro, o efeito acumulativo e persistente proveniente de muitas lâmpadas, quando descartadas em um mesmo aterro ao longo dos anos, será sensível.

Ao romper a lâmpada depositada na natureza, o vapor de mercúrio que estava em seu interior é liberado no solo quando ela se quebra, este metal atinge então o lençol freático com a ajuda do chorume, o líquido liberado pela decomposição do lixo orgânico. Esse acontecimento prejudica o meio ambiente por contaminar rios, lavouras, animais, e por fim os homens.

A exposição crônica ao mercúrio causa sintomas gastro intestinais (dor abdominal, gosto metálico na boca, digestão difícil, salivação abundante, náuseas, cólicas intestinais, diarréia gengivite), sintomas neurológicos (falta de memória, cefaléia, formigamentos, insônia, tremores, sonolência, alteração da grafia, cãibras, gritos noturnos, alteração do equilíbrio, tontura, vertigem e dificuldade escolar), alterações emocionais (nervosismo, irritabilidade, mudanças repentinas de humor, distúrbios de memória, tristeza, diminuição da atenção, depressão, ansiedade agressividade, insegurança, medo e demência) e irritação nos olhos, fraqueza muscular, espasmos musculares, borramento visual, zumbido, irritação nasal, diminuição da acuidade visual e auditiva, dentes moles com inflamação e sangramento na gengiva,. Pode causar anemia, anorexia, depressão, dermatite, fadiga, dores de cabeça, hipertensão, insônia, torpor, irritabilidade, tremores, fraqueza, problemas de audição e visão, problemas neurológicos, vida vegetativa ou até a morte, conforme a concentração. O órgão mais vulnerável é o sistema nervoso central (SNC), mas o sistema renal e o sistema pulmonar também são susceptíveis à toxicidade. Durante a gestação o mercúrio materno passa a barreira placentária causando contaminação do feto.

Embora uma lâmpada libere apenas uma pequena quantidade de mercúrio, o efeito acumulativo e persistente do mercúrio proveniente de muitas lâmpadas, quando descartadas em um mesmo aterro ao longo dos anos, será sensível, lembrando da difusão da venda das lâmpadas econômicas, especialmente na classe baixa, que está sendo induzida na compra, mas sem a mínima orientação quanto à responsabilidade da compra.

A lâmpada fluorescente em contato com a natureza ainda a contamina com o vidro, o pó de fósforo e o cobre, usado em seus terminais elétricos.

O vidro da lâmpada leva 10 mil anos para se decompor, após depositado na natureza. Daí, o prejuízo causado ao meio ambiente pode ser dimensionado, dispensando comentários.

Seu principal componente é a sílica ou óxido de silicio, cujo pó causa silicose, ou pulmão de pedra, ou seja, o pó vai se depositando no pulmão até endurecê-lo e não tem cura. Além disto, é porta para outras doenças, como a tuberculose, o enfisema, doenças auto-imunes e câncer.
A intoxicação por cobre pode pode ocorrer devido a contaminação de cobre na água, absorção através da pele e níveis insuficientes de elementos que competem com o cobre nos locais de absorção intestinal como o zinco e o molibdênio. Na deficiência de zinco, geralmente o cobre encontra-se aumentado. O cobre pode estar aumentado devido ao uso de contraceptivos orais ou ao uso de Dispositivo Intra Uterino com fio de cobre.
Como o cobre deposita-se preferencialmente no cérebro e no fígado os sintomas encontrados são inicialmente decorrentes do comprometimento destes dois órgãos. Sintomas do excesso de cobre ligados as alterações cerebrais incluem: distúrbios emocionais, depressão, nervosismo e irritabilidade, sintomas semelhantes aos do mal de Parkinson e alterações semelhantes a esquizofrenia e a outros distúrbios psiquiátricos. Outras alterações ligadas ao excesso de cobre: fadiga, dores musculares e nas juntas, anemia hemolítica, queda de vitamina A, necrose hepática, icterícia e lesão renal. Além disso, o aumento de cobre está associado ao aumento de radicais livres.

A intoxicação por fósforo pode trazer conseqüências negativas para a formação óssea, pois o excesso de fósforo tende a deslocar o cálcio dos ossos, atrapalhando sua absorção pelo organismo. O fósforo também compete com a absorção de zinco, magnésio e manganês, prejudicando especialmente crianças menores de 1 ano.

Na Alemanha e nos Estados Unidos, já é proibido jogar lâmpadas fluorescentes no lixo comum. Os equipamentos são coletados à parte e reciclados, infelizmente no Brasil há pouquíssimas empresas que realizam a reciclagem dessas lâmpadas, e elas atendem principalmente indústrias.

No Brasil apenas 6% das 100 milhões de lâmpadas consumidas anualmente são tratadas por reciclagem e apenas 3 empresas trabalham neste setor, sendo a localizada em Ibiuna-SP, a única que possui licença do IBAMA para a prestação do serviço.

Todas usam o sistema desevolvido pela USP, na qual mais de 98% da matéria-prima da lâmpada é reutilizada. Por meio de um sistema de vácuo associado a alta temperatura, o equipamento separa o mercúrio, metal tóxico com alto risco de contaminação, de outros elementos, como cobre, pó fosfórico, vidro e alumínio.
Isso gera uma grande economia ao pais, tanto a nível ambiental, quanto fincanceiro.
Praticamente todo o volume de mercúrio consumido atualmente no Brasil é importado da Espanha, do México, da Rússia e de outros locais, de modo que a reciclagem barateia o custo da matéria-prima e ainda quebra o ciclo importa-despeja no solo.

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