sexta-feira, 22 de maio de 2009

ESTÁ QUENTE AQUI

Não importa qual fato desencadeou-se em um determinado ambiente.
Seja qual for a informação (ameaça de bomba, incêndio, assalto...), a consequência, na ausência de um treinamento, será uma só: o PÂNICO.
Aos meus brigadistas eu enfatizo sempre, que sentir medo é bom, pois ninguém é "super-homem", ninguém é idestrutível. O medo faz parte do nosso extinto de auto-defesa, de auto-proteção frente à uma situação de perigo, e nos leva a tomar posturas de preservação de nossa integridade.
O pânico porém, já é o medo no seu mais alto grau, podendo levar o indivíduo a tomar atitudes, que no seu estado normal, não adotaria.
- "Está quente aqui! Os bombeiros não vão chegar a tempo!" E após isto, a vítima das chamas, presa no alto de um edifício e tomada pelo pânico, pode vir a saltar. Trágico mas real. Pior que isto, é quando existe uma equipe não tão bem treinada, muita menos reciclada, cuja incumbência é a do resgate e combate inicial das chamas. Imagine numa situação destas, um brigadista tomado pelo pânico?
Não posso afirmar que o pânico possa ser eliminado em 100%, após o treinamento de funcionários e brigadistas. Certamente ele será minimizado.
Um simulado de abandono de área em situações de emergência, são ótimos exercícios para condicionar os trabalhadores e brigadistas dos procedimentos a serem seguidos, além de ajudar a corrigir as falhas encontradas.
O braço direito da brigada de incêndio, na minha opnião, é a brigada de abandono. A mesma é composta pelos funcionários dos andares, previamente treinados, e cientes das medidas a serem adotadas quando informados da necessidade de um abandono local, como por exemplo: A contagem dos funcionários de seu andar, e após verificar que não há nenhum ausente, proceder a saída pelas escadas.
É......não há como fugir de um bom treinamento. Ainda bem.

Rodrigo Teixeira - Técnico de Segurança do Trabalho - Instrutor de Brigada de Incêndio - PUC-Rio

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