quarta-feira, 9 de setembro de 2009

ASPECTOS ERGONÔMICOS CAUSAM ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO DE CONSERVAÇÃO RODOVIÁRIA - Parte 3 Aspectos Ergonômicos

Aspectos ergonômicos são condições do ambiente de trabalho que, se não bem estruturadas podem gerar incômodo, desconforto e doença ao trabalhador, ou seja, podem se tornar agentes estressores.
A NR 17 cita como aspectos ergonômicos os fatores Ambientais, Movimentos de Carga, Equipamentos, Organização do Trabalho e Mobiliários.
Além deles, em um estudo que objetiva a proteção e conforto do trabalhador, há que se considerar a Postura e o Limite de Alcance no Posto de Trabalho.
A ação dos profissionais de segurança e saúde ocupacional deve sempre privilegiar a busca conjunta de soluções para reduzir a exposição do trabalhador aos fatores de desconforto e aumentar o grau de satisfação e conforto por meio da reorganização do trabalho ou medidas técnicas, tais como eliminação ou redução da fonte de desconforto e tratamento do local, atentando que as mudanças no arranjo físico do ambiente ou substituição de equipamentos podem atenuar ou ampliar a não conformidade encontrada.

FATORES DE MOVIMENTO
Segundo LIDA (2005), diversas combinações de contrações musculares devem ser usadas para determinar um movimento. Conforme o total de músculos que participe de um movimento, este pode ter características e custos energéticos diferentes. Um trabalhador experiente se fatiga menos porque aprende a usar a combinação mais eficiente em cada caso, economizando suas energias.
De acordo com a tarefa a ser executada, os movimentos podem ter as seguintes características:
a) Precisão: os movimentos de maior precisão são realizados com as pontas dos dedos. Quando os desde fatigam-se, há uma tendência de substituí-los pelos movimentos do punho, cotovelo e ombros, com progressiva perda da precisão, substituída pela força. Isso pode ser observado em operações manuais altamente repetitivas.
b) Ritmo: os movimentos devem ser suaves, curvos e rítmicos. Acelerações bruscas, ou rápidas mudanças de direção são fatigantes, porque exigem maiores contrações musculares.
c) Movimentos Retos: o corpo, sendo constituído de alavancas que se movem em torno de articulações, tem uma tendência natural para executar movimentos curvos. Portanto, os movimentos retos são mais difíceis e imprecisos, por exigirem uma complexa integração de diversas juntas.
d) Terminações: os movimentos que exigem posicionamentos precisos, com acompanhamento visual, são difíceis e demorados. Sempre que possível, devem ser terminados com um posicionamento mecânico, como no caso da mão batendo contra um anteparo, ou botões e alavancas com posições discretas de parada.

Levantamento e Transporte Manual de Materiais
A NR 17 determina que é proibido o transporte manual de cargas, se o peso comprometer a saúde e segurança do trabalhador, entendendo por transporte manual de carga todo aquele em que o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, desde o levantamento até a deposição da carga.
A musculatura das costas é a que mais sofre com a tarefa. A coluna vertebral apresenta certas características anatômicas que influenciam diretamente a mecânica dos movimentos corporais. Ela é formada pelo empilhamento de uma série de vértebras – de baixo para cima: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares e vértebras do sacro fusionadas, constituindo o sacro-cóccix - com a interposição de discos invertebrais. As vértebras são solidamente unidas umas as outras, formando um conjunto bem estruturado. Quando do levantamento de cargas, os músculos dorsais muito curtos se contraem lentamente ao serem solicitados. A coluna vertebral funciona, então, como um braço de alavanca tendo como ponto de apoio o disco invertebral (L5-S1) que é relativamente frágil.


Esquema de força atuante sobre o disco intervertebral situado entre a quinta vértebra lombar e a primeira vértebra do sacro


Carga sobre a coluna vertebral: a carga (C) apresenta um componente na direção do eixo (C1) e outro na direção perpendicular (C2) ao qual a coluna tem pouca resistência, sendo que a situação ideal, então, é que C coincida com C1 ou se aproxime dela, para minimizar a carga C2

O manuseio de cargas tem sido uma das mais frequentes causas de trauma no trabalho, devido ao trabalho repetitivo e ao esforço além da capacidade física, originado da grande variação individual da força e capacidade física do corpo, pelo que é necessário conhecer a limitação do trabalhador, dimensionando as tarefas e equipamentos dentro desses limites.
Para determinar a capacidade de carga máxima repetitiva deve ser, a priori, apurada a capacidade de carga das costas, que é o limite levantado corretamente pelo trabalhador. A carga recomendada para o trabalho repetitivo, no caso de homens é a metade da encontrada neste teste e para as mulheres, 25%.
A capacidade manual de carga é influenciada pela sua dimensão, facilidade de manuseio e localização em relação ao corpo, sendo que o esforço máximo é feito quando a carga está a 30 cm do corpo e 30 cm do solo, diminuindo gradativamente a capacidade de levantamento à medida que a carga se afasta do corpo, chegando a 0 quando a 90 cm.
Para um levantamento seguro de carga há que ser observado, em geral, o seguinte: manter a coluna ereta e usar o esforço da musculatura das pernas, deixando-as com abertura suficiente para manter equilíbrio; contrair os músculos do abdômen sem prender a respiração; manter a carga de maneira simétrica, centralizada com relação à abertura das pernas e o mais próximo possível do corpo; iniciar o levantamento com a carga a 40 cm do solo - se estiver abaixo disto, primeiro elevar até um suporte a 40 cm do solo e então erguer em definitivo; remover todos os obstáculos que possam atrapalhar a movimentação; verificar as características físicas – peso, medida, volume e tipo - e químicas – FISPQ - da carga, bem como os EPIs por ela exigidos; não torcer o corpo em momento algum; sempre que possível a carga deve contar com alças, buracos ou vãos para encaixe dos dedos; a frequência de levantamento não deve ser superior a 1 por minuto; a atividade não deve exceder a 1 hora e deve ser seguida de um período de descanso (ou tarefas mais leves) de 120%; usar a ajuda de um colega ou auxílio mecânico se o peso da carga for superior à capacidade individual; no caso de ajuda humana, um do grupo deve ser escolhido como líder para organizar os movimentos de modo que sejam realizados ao mesmo tempo e na mesma velocidade.
Para o transporte manual de cargas, além dos cuidados para levantamento, também há que se observar as seguintes as recomendações: verificar o trajeto a percorrer, incluindo: distância, adversidades a remover (ex. entulhos), desviar (ex. colunas) ou enfrentar (ex. escadas) e o local da deposição; sempre se deslocar de frente para o caminho; no deslocamento lateral da carga, jamais torcer o corpo, mas sim voltá-lo completamente, rotacionando os pés na direção da disposição da carga; evitar carregar volumes grandes e desajeitados – uma pessoa carregando um volume muito alto, tende a erguer os braços, para evitar que dificulte o movimento das pernas, isso provoca fadiga adicional dos músculos do braços, ombros e costas, além de dificultar a visão; se a carga estiver acima do nível de seus ombros, use um banquinho ou escada para se elevar, até que a carga esteja pelo menos na altura de seu peito (o ideal mínimo é na altura dos punhos), então puxe o objeto para perto de seu corpo e transporte-o.


Transporte correto de caixas: 1 Usar o esforço da musculatura das pernas, deixando-as com abertura suficiente para dar equilíbrio; 2 Centralizar a carga; 3 Estender os braços; 4 Mantê-la próximo ao corpo.


Transporte correto de sacos: 1 Manter a cabeça e costas em linha reta; 2 Segurar o saco com a palma da mão; 3 Levantar a carga com o esforço das pernas, deixando-as com abertura adequada para manter equilíbrio; 4 Segurar com firmeza no ombro e iniciar o transporte, mantendo as costas retas.

Procurar, ao máximo, mecanizar as tarefas com o emprego de: polias, transportadores de correia, talhas empilhadeiras, carrinhos de transporte, elevadores, guindastes, pontes-rolantes, guindastes, guindautos, guindastes, caminhão Muck, etc.

Puxar e empurrar cargas
O movimento de puxar e empurrar provoca tensões nos braços, ombros e costas. De todas as lesões nas costas relacionadas com o manejo manual de materiais, 20% são devidas às atividades de empurrar e puxar.
A capacidade para empurrar e puxar depende de diversos fatores como a postura, dimensões antropométricas, sexo, atrito entre o sapato e o chão e outros.
Em geral, as forças máximas para empurrar e puxar, para homens, oscilam entre 200 a 300N (N = Kg.m.s-2) e as mulheres apresentam 40 a 60% desta capacidade. Se for usado o peso do corpo e a força dos ombros para empurrar, consegue-se valores até 500N ( N 9,81 = Kgf).
A atividade deve sempre ser auxiliada com carrinho e a postura correta é aquela que permite usar o peso do próprio corpo a favor do movimento. Aliás, uma carga pesada deve sempre ser empurrada, nunca puxada, pois ao empurrar se usa o peso do corpo como ajuda e evitar torcer a coluna.
Para puxar, o corpo deve pender para trás e, para empurrar, inclinar para frente. O atrito entre o calçado e o piso deve ser suficiente para permitir esses movimentos. Deve existir também espaço suficiente para as pernas a fim de que essas posturas se tornem possíveis. A distância horizontal entre o joelho mais afastado e as mãos deve ser 120 cm, no mínimo, tanto para puxar como para empurrar. Sob o carrinho há que existir um espaço para que um dos pés fique na mesma posição vertical das mãos.
Os carrinhos devem ter pegas em forma de barras, de modo que as duas mãos possam ser utilizadas para transmitir forças. As pegas devem ser cilíndricas, com diâmetros de 3 cm e comprimento de 30 cm ou mais. As pegas verticais devem situar-se entre 90 a 120 cm do piso, para permitir uma boa postura, tanto para puxar, como para empurrar. Em caso de pisos irregulares, os carrinhos devem ter rodas grandes e largas, sendo que duas rodas devem ser giratórias, para garantir uma boa manobra. A colocação de quatro rodas giratórias não é aconselhável, pois torna a trajetória do carro muito instável. A altura total do carrinho não deve exceder 130 cm, para que a maioria das pessoas possa enxergar sobre o mesmo.

FATORES ORGANIZACIONAIS E/OU TEMPORAIS
As necessidades da empresa, costumeiramente, causam distúrbios fisiológicos, psicossomáticos e psicológicos, como irritabilidade e estado constante de tensão, como acontece nos trabalhos em turno, com excessiva duração de jornada, pressão por cumprimento de prazo e trabalho repetitivo.
A NR 17 define que a organização do trabalho deve considerar normas de produção, modo operatório, exigência de tempo, determinação do conteúdo de tempo, ritmo de trabalho e conteúdo das tarefas, mas não pode ser esquecida a necessidade pessoal do trabalhador.
Além do definido pela normatização, a flexibilidade de tarefas e a rotatividade de função são duas importantes formas de evitar ou aliviar o estresse ocupacional gerado pela má organização no trabalho.
O conceito de flexibilidade de jornadas inclui horas flexíveis: semanas de trabalho comprimidas, telecomuting (o trabalho transmitido eletronicamente da casa ou de um sitio local para o escritório principal) e trabalho em tempo parcial. É atrelada aos benefícios de: maior independência nas tarefas, melhor comunicação e trabalho de grupo, trabalho multitécnico e aumento da participação do trabalhador, mais motivado pela diminuição de fadiga, distúrbio do sono, rompimento da vida social-familiar e doenças devido às horas excessivas de trabalho ou horários irregulares.
A rotatividade dos trabalhadores é uma forma de organização em que um trabalhador é transferido, periodicamente, de um cargo para outro. De um ponto de vista ideal é interessante que haja um aumento gradual de complexidade nessa sucessão de cargos, de modo que os trabalhadores possam enfrentar os novos desafios com maior segurança e tranqüilidade. Esse tipo de organização tem sido adotado por diversas empresas como uma forma de combater a monotonia e a fadiga. A condição necessária para este tipo de organização funcionar, é que os trabalhadores conheçam as tarefas de todos os postos onde terão que trabalhar, além, é claro, da disposição para assumirem as responsabilidades pela produção nos diferentes setores de trabalho. Essa não é uma tarefa fácil, e com freqüência observa-se resistência.

FATORES AMBIENTAIS
Toda atividade de trabalho se dá em um espaço físico, que pode favorecer ou dificultar a realização das tarefas. Seus componentes podem ser fonte de conforto ou insatisfação, desconforto, sofrimento e doenças, por isso é mister a medição de ruídos, temperatura, velocidade e umidade do ar, iluminação natural/artificial, especialmente em locais onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes.
Os níveis ideais, como os demais aspectos ergonômicos, estão descritos na NR 17, a qual se interessa não pelos aspectos ambientais capazes de provocar lesões no organismo, mas, sim, perturbação passível de prejuízo ao conforto e ao bom desempenho do trabalhador.
A medição do ruído deve ser feita na altura dos ouvidos do trabalhador e a restante, na de seu tórax. Para ser eficaz é preciso, antes de qualquer procedimento, conhecer o local e modo de trabalho, pré definindo o momento e as técnicas de avaliação.

EQUIPAMENTOS
Os seres humanos sempre procuraram adaptar suas ferramentas às suas necessidades, diminuindo o esforço, entretanto nas indústrias modernas, com a rígida divisão entre planejamento e execução, o trabalhador quase não tem oportunidade de influir na escolha de seus equipamentos. Fatores como o preço têm mais peso na decisão da compra que a qualidade, o que leva a inadaptações e ao aumento da carga de trabalho.
Uma má escolha pode penalizar os trabalhadores durante anos, já que não se pode simplesmente jogar os equipamentos no lixo.
A definição dos equipamentos deve ser fundamentada na natureza do trabalho (exigências da tarefa) e as características dos trabalhadores. Por exemplo, se um painel de controle é colocado em posição excessivamente alta para a altura do trabalhador, pode-se exigir que o painel seja colocado na altura dos olhos, facilitando a leitura dos dados. Um comando que exija excessiva abdução do membro superior e elevação do ombro pode ser mudado de modo a permitir ao membro superior que volte à posição neutra entre um acionamento e outro.
Em acréscimo ao definido pela normatização trabalhista, SANTANA define que:
“O projeto e arranjo do equipamento deve ser tal que o uso do equipamento exija o mínimo de esforço físico; somente informações essenciais devem ser providas para o equipamento e estas devem ser o mais claro possível; os avisos de controle dos equipamentos devem relatar precisamente as funções controladas, ser de fácil identificação, colocados de maneira lógica, e em harmonia com os mostradores em operação; o equipamento deve ser selecionado com base na necessidade de utilização específica, agrupado em combinações mais utilizadas, arranjados de forma a permitir o uso tanto pela esquerda como pela direita e projetado para propiciar o máximo de produtividade, e ao mesmo tempo utilizar mais eficazmente os atributos mentais e físicos dos trabalhadores levando em conta as dimensões e forças do trabalhador.”

MOBILIÁRIO
A norma determina que o mobiliário deve proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização, operação e, sempre que possível, o trabalho ser realizado na postura sentada, a qual é a mais confortável, ou menos desgastante para o trabalhador.
É importante ainda que o mobiliário respeite os limites de alcance dos membros e seja adaptado às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho (leia-se, às exigências da tarefa), levando em conta também a sensação de conforto, isto é, os trabalhadores têm de ser consultados e deverão aprová-los, pois só eles podem atestar seu conforto ou não.
Um mobiliário bem estruturado evita, ou ao menos compensa, os vícios posturais, passíveis de causar doença e lesão laboral.
A altura do apoio, mesa ou bancada de trabalho é um elemento importante para o conforto postural. Se o plano de trabalho é muito alto, o trabalhador deverá elevar os ombros e os braços durante toda a jornada. Se for muito baixo, ele trabalhará com as costas inclinadas para frente. Essa observação é válida tanto para trabalho sentado como para em pé.
A localização dos apoios das fontes de informações visuais vai determinar o posicionamento da cabeça que pode, por sua vez, influenciar a postura do tronco, levando o trabalhador a adotar posturas inadequadas prolongadas ou repetitivas da nuca em flexão ou extensão extremas ou de inclinação/torção do tronco.
Portanto, bancadas, mesas, escrivaninhas e painéis devem seguir o determinado no item 17.3.3 da NR 17:
“a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo
trabalhador;
c)ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais.”
O assento deve ser adequado à natureza da tarefa e às dimensões antropométricas da população. Não existe uma cadeira que seja “ergonômica” independentemente da função exercida pelo trabalhador. Basta lembrar que uma cadeira confortável para assistir à televisão não é adequada para uma secretária, que deve se movimentar entre a mesa, um arquivo e um aparelho de telefax. O contrário também é verdadeiro.
Altura do assento deve ser definida de forma que os pés estejam bem apoiados. A partir daí, ajusta-se a altura do assento em função da superfície de trabalho. A regulagem do assento deve permitir que ele fique entre 37 a 47 cm do solo, acomodando bem a maioria da população. Quando a altura do plano de trabalho for fixa, deve-se disponibilizar suporte para os pés para os que tenham estatura menor. O suporte não deve ser uma barra fixa, mas sim uma superfície inclinada que apóie uma grande parte da região plantar.
O assento deve ter a borda frontal arredondada e profundidade de um tamanho tal que a maioria dos usuários mantenha seu centro de gravidade sobre o assento. Precisa, então, ter profundidade, no mínimo, igual à profundidade do tórax mais 2,5cm para evitar uma base que não lhe dê firmeza.
A conformação do assento deve também permitir alterações de postura, aliviando, assim, as pressões sobre os discos intervertebrais e as tensões sobre os músculos dorsais de sustentação. Portanto, assentos “anatômicos”, em que as nádegas se encaixam neles, não são recomendados, pois permitem poucos movimentos.
A densidade do assento também é importante para suportar as tuberosidades isquiáticas. É preferível assento com inclinação para trás em torno de 5 graus com relação à horizontal. Isso impede que a pessoa escorregue para frente, o que pode acontecer em assentos paralelos ao solo.
É importante que o encosto forneça um bom suporte lombar, tendo forma levemente adaptada ao corpo.

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