quarta-feira, 25 de novembro de 2009

AGENTES EXTINTORES

O fogo pode ser combatido de três maneiras:
a) resfriamento, quando provocam a diminuição da temperatura do material incendiado para abaixo dos pontos de fulgor ou combustão;
b) abafamento, quando formam uma membrana sobre o combustível, impedindo seu contato com o comburente (oxigênio);
c) isolamento, quando é separado e isolado o combustível ainda não atingido do em combustão, evitando a propagação e limitando a área de ação do fogo (ex. em florestas).
As substâncias que em contato com o fogo interferem em sua reação química, provocando sua extinção, são chamadas de Agentes Extintores, podem ser encontradas nos estados sólido, líquido e gasoso e as mais usadas são: água, gás carbônico, pó químico e espuma mecânica, além de outros materiais que, embora não específicos para o combate ao fogo, podem ser usados em uma emergência, como areia e cobertor úmido, que apagarão o fogo por abafamento.
Água é o agente mais indicado para fogo de classe A (materiais que queimam em superfície e profundidade, como madeira e papel) pois atua por resfriamento. Não indicado para classe B (materiais que queimam em superfície e não em profundidade, sem deixar resíduo, como gasolina, parafina e gás metano) pois pode espalhar o combustível encandescente e piorar a emergência; caso não exista outro meio de combate, atentar para o uso em forma de neblina, jamais jato direcionado. De modo algum pode ser usado na classe C (aparelhos e equipamentos elétricos) pois é condutor de energia (ainda que o aparelho esteja desligado e retirado da tomada, pode ter eletricidade armazenado em seu interior). Frisa-se que a água usada pelo Corpo de Bombeiros é desmineralizada e, consequentemente, não é condutora de eletricidade, o que a libera para uso em qualquer circunstância de incêndio.

Gás carbônico é o mais indicado para fogo de classe C, pois não é condutor e não danifica o equipamento. Tem o inconveniente de ser mais pesado que o ar (1,5 vez mais pesado), daí ser mais dificil o combate de focos localizados em altura: o pó tem a tendência de cair e não subir. Quando sai do Extintor, este agente adquire uma temperatura muito baixa, chegando a atingir -79C, pelo que é indipensável sua manipulação apenas pela empunhadeira, evitando o congelamento da mão do operador. Também eficaz em focos da classe B, quando direcionado em forma de neblina e varredura.
Espuma mecânica: é o melhor recomendado para focos de classe B pois atua por resfriamento (a espuma é úmida) e abafamento. Indicada para classe B, é proibida para a classe C pois é condutora de eletricidade. Frisa-se que em seu extintor não há espuma, mas sim o LGE - Líquido Gerador de Espuma - e água, na proporção de 94% de água e 6% de LGE; quando acionado o gatilho, essas substâncias se misturam e reagem, formando a espuma. Também é eficiente para focos de classe A, já que resfriam, porém não com a mesma rapidez da água.
Pó Químico: composto por bicarbonato de sódio ou potássio mais algum elemento que dê pressão, como o nitrogênio. Atua exclusivamente por abafamento, não sendo, portanto indicado para classe A. É a segunda opção para o combate ao foco de classe B (a espuma é melhor porque além de abafar, resfria) e para o de classe C, observando que a substância é corrosiva e pode danificar o equipamento elétrico.
O extintor de incêndio nada mais que é um vasilhame contendo agente extintor e de acordo com o agente que possui é a sua indicação de uso. Deve ser usado apenas para pequenos focos, pois acondiciona pouca quantidade de agente extintor e, assim, seu uso é limitado. Mensalmente deve passar por vistoria visual onde são analisados: a aparência externa do vasilhame (com atenção para focos de corrosão), a pressão do manômetro, o lacre de segurança, se há algo entupimento a passagem do agente pelo cano ou bico difusor (ex. chiclete), o peso e a data de validade da recarga e teste hidrostático. Não esquecer que a recarga e teste hidrostático devem ser feitos por empresa credenciada no INMETRO, conforme as normas técnicas brasileiras e instruções do instituto de metrologia. A emprega responsável pelo serviço deve colar um selo com o número de seu registro no instituto e este selo deve estar sempre legível para verificação na inspeção mensal.
O Extintor de Incêndio não pode estar posicionado a mais de 1.60m do solo e a menos de 20cm do mesmo. Em cima dele deve contar uma sinalização de segurança com um círculo vermelho ou seta vermelha grossa com borda amarela. No chão abaixo deve ser pintado de vermelho e a área em volta de 1m x 1m ser mantida obstruída (alguns costumam pintar um quadrado vermelho delimitando essa área para facilitar a identificação do espaço obrigatório). Seu procedimento básico consta de: romper o lacre, soltar a trava ou pino de segurança, direcionar o difusor para o foco do incêndio e apertar a válvula liberadora do agente.
Quando se trata de mangueira d'água é importante sua inspeção frequente, verificando a existência de possíveis furos na mangueira e falha na bomba d'água. A mangueira deve ser acondicionada em caixa apropriada, pintada em vermelho e sinalizada como o Extintor de Incêndio.

Para eficácia do extintor é necessário usar o apropriado ao foco de incêndio, qualificar e treinar os operadores, distribuí-lo de modo a cobrir toda a área a ser protegida e garantir manutenção adequada.
A distribuição do agente extintor depende da área a ser coberta e o grau de risco de combustão do material a ser protegido, cabendo ao Corpo de Bombeiros de cada Estado regulamentar as regras de distribuição, por meio de Instrução Técnica - IT. Em geral é exigido um extintor a cada 20m (quando o risco de combustão é pequeno) ou 10m (quando o risco é moderado ou grave), respeitando o mínimo de 2 por pavimento, independente da área coberta e gravidade do risco de combustão.

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