quarta-feira, 9 de setembro de 2009

ASPECTOS ERGONÔMICOS CAUSAM ESTRESSE NO AMBIENTE DE TRABALHO DE CONSERVAÇÃO RODOVIÁRIA - Parte 7 Estresse nos Trabalhadores

Como já informado, o estresse causa disfunções físicas e psicológicas, entre as quais alterações mentais e neurológicas.
Os principais efeitos do estresse observados no estudo se espalham de maneira generalizada por todo o organismo, sendo que mais de 80% dos entrevistados apresentam mais da metade das consequências identificadas.
• Psicológico: Ansiedade, exacerbada liberação de adrenalina, perda do desejo sexual, desatenção no trabalho, irritação, perda da memória, pesadelos freqüentes, insegurança, desmotivação, fuga, tiques e manias, pensamento repetitivo, tontura, e depressão;
• Dermatológico: Dermatites, vitiligo, queda de cabelos e enfraquecimento das unhas;
• Cardiovascular: Aumento da reatividade vascular, hipertensão, endurecimento das artérias, ocorrência de entupimento vascular por placas de colesterol e enfarte do miocárdio;
• Gastrointestinais: Diarréia ou constipação nervosa, perda de apetite, dificuldade de digestão, náusea, dores abdominais, gastrite, boca seca, sensação de nó no estômago, excesso de gases, e úlcera;
• Membros e músculos: Mãos frias, tensão muscular, mal estar generalizado, cansaço, esgotamento físico e dores localizadas, especialmente nas articulações dos joelhos e pulsos, doenças osteomusculares (DORT), como a tendinopatia do supra espinhal (bursite), lombociatalgias, sensação de peso nas pernas e braços, dentes cerrados ou rangendo;
• Respiratórios: Asma brônquica e dispnéia ansiosa.
O cansaço ao final do dia e ao final da semana é plenamente visível, assim como a distração e dificuldade na realização das tarefas.
A manifestação do estresse nos trabalhadores se intensifica progressivamente, em especial por cinco motivos:
a) desequilíbrio entre a prescrição do trabalho e a possibilidade de cumprimento;
b) inexistência de mecanismos de regulação do estresse;
c) complexidade cada vez maior das tarefas a executar;
d) realidade social favorável do mal;
e) intensificação dos fatores biomecânicos das tarefas.
De acordo com a intensidade das manifestações, além de consequência do estresse, as disfunções ocupacionais podem gerar mais estresse, resultando no círculo vicioso já descrito no capítulo anterior.
Por medo de perder o emprego, aparentar fraqueza e “frescura” diante dos colegas, os entrevistados deixam de relatar alguns sintomas durante os exames médicos, chegando a suportar dores em silêncio por entendê-las como “normal daquele que trabalha” ou “coisa de homem”. A aluna, aliás, conseguiu as informações pelo anonimato que envolveu a pesquisa, pois se houvesse algum tipo de identificação, o resultado seria inócuo.

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