Qual o índice de obesidade do Brasil?
De acordo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 10,5 milhões de brasileiros com 20 anos ou mais são obesos, ou seja, 8,9% da população masculina e 13,1% das mulheres (dados de 2003). Se considerada também a população que está acima do peso ideal, o número salta para 40,6% (quase 39 milhões de pessoas). Ao confrontarmos os dados com a situação nas empresas, podemos chegar a uma conclusão: não é fácil para o obeso conseguir emprego.
Qual o problema enfrentado pelos trabalhadores obesos nas empresas?
O obeso se depara com muitos percalços durante a vida profissional. Podemos citar as dificuldades das pessoas obesas para conseguir cargos que exigem uma exposição maior da imagem corporal, não porque as empresas exigem pessoas bonitas, mas porque a beleza parece estar ligada à idéia de saúde e de uma boa relação das pessoas com o próprio corpo. Além disso, os obesos têm muita dificuldade em acompanhar a agilidade motora dos magros em cargos que exigem tal habilidade.
Finalmente, os profissionais obesos têm maiores índices de faltas ao trabalho, relacionados aos problemas de saúde e maiores índices de licenças médicas. O preconceito existe e é um fator que complica a vida do obeso e estreita seu horizonte profissional. Muito provavelmente, preocupadas com possíveis desdobramentos de problemas de saúde, as companhias evitam a contratação do profissional obeso. O excesso de peso é um fator de risco maior nas cardiopatias, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e outras doenças.
Qual a importância de trabalhar a questão de obesidade nas empresas?
Nos últimos 30 anos, a população mundial tem apresentado um crescimento alarmante da prevalência de obesidade, principalmente nos países desenvolvidos onde o estilo de vida sedentário e o excesso de ingestão calórica predominam.
Acompanhando essa tendência mundial, é possível observar que, nos últimos anos, o aumento do peso corporal e de suas comorbidades (coexistência de transtornos e doenças) são cada vez mais frequentes nos atendimentos efetuados aos trabalhadores, fato corroborado nos relatórios anuais do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
Investir no combate à obesidade e na qualidade de vida do funcionário trará também a consequente redução dos custos com assistência médica, diminuirá o absentismo, melhorará a produtividade e o grau de contentamento e comprometimento do colaborador, que se sentirá valorizado e incentivado. Isso será bom para o ser humano e para as empresas. A abordagem da obesidade no ambiente de trabalho possibilitará às empresas ter funcionários mais produtivos, com mais ânimo e disposição para a realização de suas tarefas.
O que é a obesidade segundo a Organização Mundial de Saúde?
De acordo com a OMS, a obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde. É uma doença crônica, com enorme prevalência nos países desenvolvidos, atinge homens e mulheres de todas as etnias e de todas as idades, reduz a qualidade de vida e tem elevadas taxas de morbidade e mortalidade. A obesidade acarreta múltiplas consequências graves para a saúde.
O que causa a obesidade?
O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia gasta ao longo de um dia. Os fatores que determinam este desequilíbrio são complexos e podem ter origem genética, metabólica, ambiental e comportamental.
Uma dieta hiperenergética, com excesso de gorduras, de hidratos de carbono e de álcool, aliada a uma vida sedentária, leva ao excesso de massa gorda acumulada no organismo.
Existem provas científicas que sugerem haver uma predisposição genética que determina, em certos indivíduos, um maior acúmulo de gordura na zona abdominal, em resposta ao excesso de ingestão de energia e/ou à diminuição da atividade física.
Quais são os fatores de risco da obesidade?
•Vida sedentária - quanto mais horas de televisão, jogos eletrônicos, trabalho no computador, etc., maior a prevalência de obesidade;
•Zona de residência urbana - quanto mais urbanizada é a zona de residência, maior é a prevalência de obesidade;
• Grau de informação dos pais - quanto menor o grau de informação dos pais, maior a prevalência de obesidade na infância o que aumenta a probabilidade de obesidade na vida adulta;
•Fatores genéticos - a presença de genes envolvidos no aumento do peso aumenta a susceptibilidade ao risco para desenvolver obesidade, quando o indivíduo é exposto a condições ambientais favorecedoras, o que significa que a obesidade tem tendência familiar;
•Gravidez e menopausa podem contribuir para o aumento do armazenamento da gordura na mulher com excesso de peso.
Que consequências a obesidade acarreta para a saúde?
•Aparelho cardiovascular - hipertensão arterial, arteriosclerose, insuficiência cardíaca congestiva e angina de peito;
•Complicações metabólicas - hiperlipidemia, alterações de tolerância à glicose, diabetes tipo 2, gota;
•Sistema pulmonar - dispnéia (dificuldade em respirar) e fadiga, síndrome de insuficiência respiratória do obeso, apnéia de sono (ressonar) e embolia pulmonar;
•Aparelho gastrintestinal - esteatose hepática, litíase vesicular (formação de areias ou pequenos cálculos na vesícula) e carcinoma do cólon;
•Aparelho genito-urinário e reprodutor - infertilidade e amenorreia (ausência anormal da menstruação), incontinência urinária de esforço, hiperplasia e carcinoma do endométrio, carcinoma da mama, carcinoma da próstata;
•Outras alterações - osteartroses, insuficiência venosa crónica, risco anestésico, hérnias e propensão a quedas.
A obesidade provoca também alterações socioeconômicas e psicossociais: discriminação educativa, laboral e social; isolamento social; depressão e perda de autoestima.
Qual é o tratamento adequado para a obesidade?
O tratamento médico para a obesidade passa pela combinação de dieta de baixas calorias, modificação comportamental e aumento da atividade física. Quando com a modificação do estilo de vida não se consegue atingir os objetivos, é necessário o uso de fármacos antiobesidade.
O problema deste tipo de tratamento ou abordagem é a incapacidade de muitos doentes obesos perderem peso ou manterem o peso anteriormente perdido. Nos casos de obesidade grave – IMC (Índice de Massa Corpórea) superior ou igual a 40 kg/m2 ou superior a 35 com morbidade - que tenham pelo menos cinco anos de evolução da sua obesidade e múltiplos tratamentos médicos ineficazes, a cirurgia pode ser recomendada.
Que tipo de benefícios pode-se esperar com a perda de peso?
A perda de peso, mantida em longo prazo, é fundamental. São inúmeros os benefícios que acarreta para a saúde em geral e para a melhoria da qualidade de vida. Reduz, igualmente, a mortalidade e contribui inexoravelmente para a melhoria das doenças crônicas associadas. Pequenas perdas de peso (diminuição de cinco a dez por cento do peso inicial) melhoram o controlo glicêmico, reduzem a tensão arterial e os níveis de colesterol.
O indivíduo sentirá também menos dificuldades respiratórias, benefícios na apnéia do sono e na sonolência diurna, bem como nos problemas osteoarticulares (variáveis em função da lesão).
Como a identificar o excesso de peso?
Através do cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea) é possível medir o grau de obesidade de pessoa, ou seja, se seu peso está acima dos parâmetros ideais para sua estatura. Para fazer o cálculo do IMC basta dividir o peso em quilogramas pela altura ao quadrado (em metros). O número que será gerado deve ser comparado aos valores da tabela IMC. Por exemplo, um pessoa que pesa 60kg e mede 1,67m, deve utilizar a seguinte fórmula para calcular o IMC:
IMC = 60 ÷ 1,67²
IMC = 60 ÷ 2,78
IMC = 21,5
Parte inferior do formulário
Com o resultado do cálculo de IMC, consultar abaixo a tabela da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade para saber como está o índice:
Tabela IMC
Cálculo IMC Situação
Abaixo de 18,5 Você está abaixo do peso ideal
Entre 18,5 e 24,9 Parabéns — você está em seu peso normal!
Entre 25,0 e 29,9 Você está acima de seu peso (sobrepeso)
Entre 30,0 e 34,9 Obesidade grau I
Entre 35,0 e 39,9 Obesidade grau II
40,0 e acima Obesidade grau III
Tabela da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade
Atualmente, como é abordada a questão educativa da obesidade nas empresas?
Hoje, o ambiente de trabalho tem se apresentado como mais um dos espaços para o enfrentamento da obesidade. Muitas organizações já investem em programas de qualidade de vida que disseminam informações sobre a doença, mantém reuniões com equipes multidisciplinares em nutrição e realizam exames preventivos e de acompanhamento dos fatores de risco da obesidade.
Para a instauração de um programa corporativo de qualidade de vida que combata e previna a obesidade é necessário conhecer o número de empregados com obesidade e sobrepeso, bem como mapear a presença de outros fatores de risco (colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo) na organização.
É importante também que os colaboradores interessados em participar do programa sejam separados pelo grau de obesidade para se determinar a melhor abordagem a ser adotada com cada grupo e que ele seja homogêneo. Além disso, resultados muito promissores são obtidos através da atuação de psicólogos com grupos de obesos compulsivos.
O ideal é que os programas empresariais englobem informação, sensibilização para mudança de comportamento, orientação nutricional, estímulo para a prática de atividade física e acompanhamento médico apropriado. Os colaboradores que apresentarem obesidade mórbida devem ser encaminhados para avaliação médica especializada.
Fonte de consulta
Revista Proteção - Dezembro / 2008 - Obesidade no trabalho – Avaliação de peso: Pesquisa mostra alto índice de sobrepeso e as conseqüências aos trabalhadores.
Veja mais sobre este assunto:
http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/obesidade/causaseconsequenciasdaobesidade.htm
Este é um método simples e prático, porém apenas um médico poderá diagnosticar a obesidade e conduzir o tratamento.
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