O que é estresse ocupacional?
A palavra stress (estresse), derivada do latim, era usada com o sentido de "adversidade", mudando esse conceito para "força" ou “pressão" e passou a ser muito estudado na investigação dos seus efeitos na saúde geral do indivíduo.
Estresse ocupacional é o tipo de estresse onde o “estressor” (agente que causa) é o estímulo gerado no ambiente de trabalho e deixa consequências físicas ou psicológicas importantes.
O ambiente de trabalho pode oferecer falta de segurança, muitas exigências e fortíssimas pressões profissionais. O estresse é cada vez mais frequente nas últimas décadas e vem atingindo todas as faixas etárias. Preocupa pessoas, organizações e governos; e acabou se transformando num problema de saúde pública, pois 2/3 dos trabalhadores sofrem deste mal.
Qual a relação entre estresse, qualidade de vida e ergonomia?
Qualidade de vida e estresse estão intimamente relacionados, portanto todas as ações capazes de atenuar o estresse são ações que melhoram a sua qualidade de vida. Em mais diversos ambientes, principalmente no trabalho, podemos enfrentar diariamente situações de grandes conflitos e que, por isso, nos exigem importantes percepções e consequentemente adaptações constantes. Daí a importância da ergonomia no controle do estresse.
Nosso organismo reage e responde a esses variados estímulos que podem representar as situações ameaçadoras de estresse que enfrentamos, e por isso, naturalmente ficamos em frequente "estado de alerta", tentando estar sempre nos adaptando às novas exigências, enfim, nos superarmos a cada dia.
Quais as doenças mais comuns causadas pelo estresse ocupacional?
Dores de cabeça, enxaqueca, dores no estômago (gastrites), dores no corpo de um modo geral e principalmente as DORT (tendinites - inflamação dos tendões), epicondilites (inflamação dos cotovelos), síndrome do túnel do carpo (inflamação do punho), fibromialgia (dores musculares crônicas).
Quais os principais sintomas físicos do estresse ocupacional?
•Dores de cabeça;
•Indigestão;
•Dores musculares;
•Insônia;
•Taquicardia (frequência acelerada dos batimentos cardíacos);
•Alergias;
•Queda de cabelo;
•Mudança de apetite;
•Gastrite;
•Dermatoses (doenças de pele);
•Esgotamento físico e emocional;
•Doenças cardiovasculares (doenças do coração).
Quais são os estressores ocupacionais?
São três. A saber:
•Fatores intrínsecos ao trabalho: Aqueles que estão incluídos nas condições de trabalho oferecidas ao trabalhador. Inclui as condições de salubridade, a jornada e o ritmo de trabalho, riscos potenciais à saúde do trabalhador, sobrecarga de trabalho, introdução de novas tecnologias, natureza e conteúdo do trabalho.
•Papel do indivíduo na organização: Sua representatividade na empresa, com papel bem definido. Duplo sentido do trabalho, conflito e sobrecarga de papéis.
•Inter-relacionamento: Seu relacionamento para com superiores, colegas, subordinados.
O que seria gerenciar o estresse?
Primeiro é necessário identificar os fatores causadores do estresse, como foi descrito acima nos fatores “estressores”. Com a identificação e a boa comunicação dos funcionários com a gerência, é possível tomar medidas preventivas e tratar o estresse nos trabalhadores que já perceberam que estão com estresse.
Qual o interesse da gerência em relação ao gerenciamento do estresse?
Boas condições no ambiente de trabalho conduzem a uma maior produtividade das pessoas e favorecem seu funcionamento social. Por outro lado, um ambiente de trabalho disfuncional pode diminuir a produtividade, comprometer o desenvolvimento do trabalho e produzir insatisfações sociais e até mesmo influenciar o desenvolvimento de doenças ocupacionais. Monitorar as condições de trabalho pode ajudar a identificar os fatores que afetam a qualidade do ambiente de trabalho (social e operacional).
Qual a proposta da ergonomia no gerenciamento do estresse?
Oferecer um programa voltado para a aplicação de técnicas como relaxamento e a prática de exercícios físicos. Porém, o que reduz mesmo o estresse é a minimização dos fatores estressantes. Por exemplo, trabalhar à noite, hora extra frequente, problemas de relacionamento com os colegas.
Como saber se a atividade ocupacional é realmente a causadora do estresse?
Temos limites psicofisiológicos. Por exemplo, pode se dizer que a quantidade que se deve digitar no computador em um dia é “x” vezes. Isto é um fato fisiológico que deve ser respeitado pelas empresas e pelos empregados. Porém, cada indivíduo possui seu limite psicofisiológico. O prazer em realizar as atividades é um antídoto conta o estresse, porém ainda que prazeroso, deve-se respeitar os limites do corpo físico e da mente.
A ergonomia pode interferir no processo administrativo?
Sim. O ergonomista pode sugerir no laudo ergonômico, após uma análise ergonômica da empresa, uma redução do ritmo de trabalho, rodízios, pausas, dependendo da natureza do trabalho. O empregador, por lei, não pode submeter o funcionário a ritmos ou tarefas além da capacidade psicofisiológica do trabalhador. Isto está descrito claramente na Norma Regulamentadora 7 (NR-7) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Por que o empregador poderá aderir às sugestões da ergonomia?
Todos os empregadores se interessam pela produção rápida e com qualidade. Porém, quando a qualidade é o fator mais importante, o trabalhador eficiente não poderá se ausentar. O absenteísmo é prejuízo para a empresa. Oferecer boas condições de trabalhado, eliminando os fatores estressores, significa ter o funcionário produzindo sempre, satisfeito, com atenção ao trabalho. Isto traduz em qualidade no produto.
Quais os benefícios do gerenciamento de estresse?
São os pilares dos objetivos da ergonomia na empresa:
•Redução do absenteísmo (no número de afastamentos e ausência no trabalho);
•Equilíbrio na realização das atividades, gerando maior rendimento em tarefas executadas;
•Melhoria nas relações interpessoais;
•Aumento do estímulo para o trabalho, sentimento de maior motivação pessoal;
•Melhoria na qualidade de vida.
Quais as consequências do estresse ocupacional?
As consequências do estresse ocupacional são verificadas nas formas como ele se manifesta. O estresse é classificado em quatro fases: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão.
Como é a fase de alerta?
Geralmente vista como uma fase positiva, porque torna a pessoa mais atenta, mais forte e mais motivada, até eufórica. Não tem sono, sente-se estimulada no aspecto sexual, sua produtividade e sua criatividade ficam aumentadas. É capaz de trabalhar toda a noite.
Quais as características da fase de resistência?
Nesta fase começam a mudar os sintomas: a libido (desejo sexual) abaixa; a memória começa a falhar; mesmo dormindo, a pessoa tem cansaço. Não tem doença de fato, mas sente-se "doente". Perda da resistência física e emocional.
Como se manifesta a fase de quase-exaustão?
Os sintomas se intensificam: insônia; libido desaparece; há queda da produtividade e criatividade; cansaço; ansiedade; queda significativa no funcionamento do sistema imunológico (defesa do organismo).
Como detectar a fase de exaustão?
É uma fase de total desequilíbrio interior: há falta de concentração; incapacidade para trabalhar; insônia; a libido desaparece; alterações vivíveis no senso de humor como, por exemplo, apatia, mau humor, e frequentemente há perda da capacidade de conviver com amigos e familiares. Além disso, o não gerenciamento do estresse pode desencadear doenças como psoríase (lesão de pele, não contagiosa), vitiligo (doença não contagiosa, que causa a perda da coloração da pele), úlcera (feridas na pele), diabetes (elevação da glicemia no sangue), hipertensão, depressão, enfarte e câncer.
Como alertar os trabalhadores sobre os efeitos negativos do estresse?
•Refletir sobre medidas preventivas aos acidentes e doenças através de um programa de ergonomia;
•Descobrir a capacidade de adaptação do individuo frente às diversas situações de estresse, através de práticas de exercícios de alongamentos;
•Entender o estresse mais como um desafio do que como uma ameaça à vida;
•Realizar avaliações periódicas do nível de estresse;
•Disponibilizar conhecimentos aos funcionários sobre como conviver com o risco de estresse.
De que forma as empresas poderiam auxiliar os trabalhadores com estresse ocupacional?
Além do programa de ergonomia citado acima, há outras formas excelentes de auxílio ao trabalhador, como os treinamentos. Equipes multidisciplinares, como médicos especializados, psicólogos, enfermeiros, poderiam promover estes treinamentos periódicos na empresa. Além de campanhas educativas como panfletos educativos e palestras de curta duração.
O que fazer se o trabalhador encontra-se com estresse ocupacional e a empresa ainda não se conscientizou dos programas preventivos e ergonômicos?
Se o trabalhador já entende que o estresse precisa de cuidado, de tratamento, então já é o início. Trabalhar com estresse é perigoso para a saúde, para a permanência do emprego, do convívio simpático com os colegas de trabalho. Portanto, nada mais importante que procurar um médico e seguir as orientações deste e oportunamente, sugerir a gerência que o local de trabalho tenha um ambiente salutar através de diversos programas anti-stress.
Veja mais sobre este assunto:
Até que ponto você está estressado?
https://www.pescasemfronteiras.com.br/artigos/teste_estresse.htm
Projeto Gerenciamento de Estresse
https://www.funcamp.unicamp.br/planes/projeto4.pdf
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2 comentários:
ótimo!
Gostei
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