O que é Ergonomia?
A palavra Ergonomia vem do grego ergon (trabalho) e nomos (regras). De acordo com a Ergonomics Research Society (Sociedade de Pesquisa em Ergonomia): “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e, particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento”.
A Ergonomia tem como objetivo modificar os sistemas de trabalho para adequar a atividade nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro.
Como o estudo da Ergonomia pode ser dividido?
Atualmente, a Ergonomia pode ser dividida, basicamente, em três campos de estudo:
•Ergonomia física – seu foco são os aspectos físicos da situação de trabalho, incluindo o estudo da postura do trabalhador, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, Distúrbios Ósteo-musculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), projeto do posto de trabalho, segurança e saúde.
•Ergonomia cognitiva – trata dos aspectos mentais da atividade laboral, como percepção, memória, raciocínio e resposta motora, que podem afetar as interações entre os indivíduos e seu trabalho.
•Ergonomia organizacional – tem como objetivo melhorar a organização produtiva do trabalho. Seu campo de estudo inclui as estruturas organizacionais, políticas e de processos produtivos.
O que é a Análise Ergonômica do Trabalho (AET)?
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um método de avaliação da adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. É um processo construtivo e participativo para a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e a produtividade exigidos. Compreende basicamente as seguintes etapas (GUÉRIN et al, 2001):
•Análise da demanda – análise e reformulação da demanda, apresentando uma proposta de ação, os meios necessários e os prazos de execução;
•Análise da tarefa – análise das condições determinadas pela empresa aos trabalhadores;
•Análise da atividade – observação das atividades, com o objetivo de identificar agentes físicos, cognitivos e organizacionais no trabalho;
•Caderno de encargos – caracterizado pelo projeto de intervenção ergonômica.
O que é e qual o objetivo da intervenção ergonômica?
A intervenção ergonômica é um conjunto de princípios e conceitos que visam realizar as mudanças necessárias para a adequação do trabalho às características, habilidades e limitações dos trabalhadores (VIDAL, 2002). A ação ergonômica deve atender as necessidades das indústrias que buscam soluções tecnológicas ou gerenciais para seus problemas.
Portanto, a intervenção ergonômica visa modificar a situação de trabalho para torná-la mais adequada aos trabalhadores. Diferenciando-se desta forma de estudos e análises de caráter apenas descritivo ou sem comprometimento de fato com as mudanças no trabalho, como a produção de laudos ou diagnósticos apenas acadêmicos.
Quais os benefícios da intervenção ergonômica para a indústria?
A intervenção ergonômica contribui para a melhoria nas condições de saúde e segurança dos trabalhadores e na eficiência e produtividade da empresa. A intervenção ergonômica reduz as despesas médicas com tratamentos por doenças ocasionadas no trabalho, diminuindo ainda as horas perdidas com estas lesões.
A gestão adequada dos processos produtivos juntamente com a intervenção ergonômica promove um ambiente propício dentro das organizações, mantendo a eficiência e qualidade da produção das indústrias. Portanto, a promoção da segurança e saúde do trabalho, incluindo as ações ergonômicas, é economicamente vantajosa, além de ser uma obrigação legal e dever moral, devido aos aspectos sociais envolvidos (BARKOKÉBAS JR., 2006).
Qual a importância da ergonomia para as pequenas e médias indústrias?
A ergonomia proporciona vantagens evidentes para as pequenas e médias indústrias. A ação ergonômica demonstra seus resultados de forma mais visível nas indústrias menores, devido a maior interligação entre as ações e seus respectivos benefícios, com ganhos na produtividade e redução do absenteísmo (falta ao trabalho) trazido por mudanças sobre aspectos físicos, cognitivos e organizacionais do trabalho.
A ausência de ações ergonômicas configura-se como prejudicial não só para os trabalhadores, que perderão em termos de saúde, segurança e melhora de sua produtividade individual, mas também para a indústria que pode sofrer perdas na produtividade global. Essas perdas são configuradas pela ineficácia na operação dos equipamentos projetados para determinadas atividades, bem como nos resultados esperados dos sistemas de trabalho, com consequente redução do desempenho competitivo e aumento do absenteísmo laboral (MAFRA, 2004).
Que vícios de postura podem ser evitados?
Algumas posturas tais como, permanecer muito tempo parado na mesma posição podem vir a favorecer muito o aparecimento destes vícios – trabalhador em pé, encostado no balcão – favorece o desalinhamento postural e mecânico. Quando sentado, com as pernas cruzadas ou presas debaixo da cadeira, compromete o sistema circulatório de membros inferiores. Ainda sentado, se esticando para alcançar objetos, sem caminhar ou deslocar a cadeira, coloca em risco os discos intervertebrais e a musculatura da coluna. Ressalta-se ainda o manuseio pelos trabalhadores de objetos em prateleiras altas. O principal vício que prejudica a coluna é a adoção de uma postura de flexão (ou seja, inclinar o tronco para a frente) para trabalhar. Mas há também, outras posições inadequadas, como carregar peso em desequilíbrio, em apenas um dos lados do corpo, provocando o desvio lateral da coluna vertebral, o que pode resultar em escoliose ou desequilíbrios e gerar traumas em algum disco intervertebral.
Que mudanças ajudam a não prejudicar a saúde do trabalhador?
A postura ideal para a saúde do trabalhador não ser prejudicada pode ser conquistada com o planejamento do posto laboral. Através da consulta a um profissional especializado, como fisioterapeuta do trabalho ou ergonomista, para fazer a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) e estabelecer as exigências de funcionamento do posto de trabalho – permitindo uma boa relação de produção com a qualidade de vida do indivíduo.
Assim, mecanizar ao máximo o processo produtivo também aparece como uma medida boa para que a saúde dos trabalhadores seja poupada. Sugere-se ainda que, o trabalhador realize alternância de postura, permitam atuação em pé e sentado, que realize alongamentos durante a sua jornada de trabalho e, sempre que possível, seja estimulado e faça pequenas caminhadas, além de manter hábitos saudáveis de saúde.
Veja mais sobre este assunto:
Introdução à Ergonomia.
http://www.ergonomia.ufpr.br/Introducao%20a%20Ergonomia%20Vidal%20CESERG.pdf
Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora N° 17.
http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_manual_nr17.pdf
Condução de Ações em Saúde e Segurança do Trabalho em Pequenas e Médias Empresas: Análise de Três Casos.
http://www.fundacentro.gov.br/rbso/BancoAnexos/RBSO%20117%20volume%2033.pdf#page=62
Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO).
http://www.abergo.org.br/
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